Tive a graça de nascer e crescer neste pedaço de paraíso que chamamos de Barra do Ouro, principal distrito de Maquiné. Há quanto tempo? Pouco, muito, depende da concepção de cada um. Para mim pouco... Trinta anos, para ser mais exato.
Sou o quinto filho de um casal de descendentes de italianos, e quando nasci alguns de meus irmãos já não moravam em casa. Pai agricultor e mãe funcionária pública, que fazia a merenda na escola Hilário Ribeiro, então sob a direção das Irmãs Escolares de Nossa Senhora.
Fui educado na fé, e todos os sábados ou domingos era levado à Igreja por minha mãe. Fiz catequese para Primeira Eucaristia e Crisma, fui coroinha, participava das encenações de Natal (já tendo como coordenadora a Leninha), grupo de jovens...
Aliás, na adolescência, nos divertíamos de forma sadia. Durante o dia curtíamos os rios, as cachoeiras e a quadra de vôlei em frente à Igreja. E após fazermos uma janta na casa de alguém, virávamos as noites na “escadaria” da Igreja, tomando chimarrão, conversando sobre os mais variados assuntos, contando histórias de terror... Formávamos um grupo de pessoas de diversas localidades: Porto Alegre, Cachoeirinha, Caxias do Sul, São Leopoldo... Todos contando os dias para as férias em Barra do Ouro e o encontro com a galera.
Lembro do pedágio que organizamos para arrecadar fundos para a reforma da Igreja, quando o forro desabou. O fim de semana inteiro segurando uma faixa em frente aos carros que passavam pela rua principal e pedindo contribuições espontâneas. E muitos levavam pipoca e chimarrão e lá ficavam para passar o tempo...
Domingo era um dia triste para quem precisava ir embora, já contando os dias para chegar a sexta-feira e poder retornar. Bons tempos!
Mas e hoje? Barra do Ouro ainda possui suas belezas naturais, mas a maioria dos adolescentes que aqui vivem em nada lembram minha geração. As drogas já chegaram em nossa localidade, e destroem a vida de jovens e adolescentes.
A Igreja já não tem a mesma influência, talvez a tenha perdido para os traficantes ou para as próprias drogas. A figura do padre, religiosas e até mesmo professores já não é vista com respeito. Muros e locais públicos são alvos de vandalismo, casas estão sendo arrombadas (por enquanto apenas as de veranistas)...
A população já não goza mais da calmaria e sossego que antes aqui reinava. Os hábitos saudáveis dos adolescentes se perderam... E até suicídios de jovens cheios de vida e saúde já ocorreram.
Penso que está na hora de uma grande união entre Igreja, Poder Público e mesmo a Polícia Militar para que um novo caminho seja oferecido a nossos jovens e adolescentes. Quem sabe um dia Barra do Ouro possa ser novamente o que foi em minha geração.
Sou o quinto filho de um casal de descendentes de italianos, e quando nasci alguns de meus irmãos já não moravam em casa. Pai agricultor e mãe funcionária pública, que fazia a merenda na escola Hilário Ribeiro, então sob a direção das Irmãs Escolares de Nossa Senhora.
Fui educado na fé, e todos os sábados ou domingos era levado à Igreja por minha mãe. Fiz catequese para Primeira Eucaristia e Crisma, fui coroinha, participava das encenações de Natal (já tendo como coordenadora a Leninha), grupo de jovens...
Aliás, na adolescência, nos divertíamos de forma sadia. Durante o dia curtíamos os rios, as cachoeiras e a quadra de vôlei em frente à Igreja. E após fazermos uma janta na casa de alguém, virávamos as noites na “escadaria” da Igreja, tomando chimarrão, conversando sobre os mais variados assuntos, contando histórias de terror... Formávamos um grupo de pessoas de diversas localidades: Porto Alegre, Cachoeirinha, Caxias do Sul, São Leopoldo... Todos contando os dias para as férias em Barra do Ouro e o encontro com a galera.
Lembro do pedágio que organizamos para arrecadar fundos para a reforma da Igreja, quando o forro desabou. O fim de semana inteiro segurando uma faixa em frente aos carros que passavam pela rua principal e pedindo contribuições espontâneas. E muitos levavam pipoca e chimarrão e lá ficavam para passar o tempo...
Domingo era um dia triste para quem precisava ir embora, já contando os dias para chegar a sexta-feira e poder retornar. Bons tempos!
Mas e hoje? Barra do Ouro ainda possui suas belezas naturais, mas a maioria dos adolescentes que aqui vivem em nada lembram minha geração. As drogas já chegaram em nossa localidade, e destroem a vida de jovens e adolescentes.
A Igreja já não tem a mesma influência, talvez a tenha perdido para os traficantes ou para as próprias drogas. A figura do padre, religiosas e até mesmo professores já não é vista com respeito. Muros e locais públicos são alvos de vandalismo, casas estão sendo arrombadas (por enquanto apenas as de veranistas)...
A população já não goza mais da calmaria e sossego que antes aqui reinava. Os hábitos saudáveis dos adolescentes se perderam... E até suicídios de jovens cheios de vida e saúde já ocorreram.
Penso que está na hora de uma grande união entre Igreja, Poder Público e mesmo a Polícia Militar para que um novo caminho seja oferecido a nossos jovens e adolescentes. Quem sabe um dia Barra do Ouro possa ser novamente o que foi em minha geração.